Febre amarela: entenda mais sobre a transmissão da doença no Brasil
A existência de um mosquito popular, bastante conhecido fora das matas, vem preocupando as autoridades no Brasil.
A Febre Amarela
A Febre Amarela é uma doença infecciosa viral transmitida por picada de mosquitos infectados, podendo afetar animais e seres humanos. A Febre é chamada de Silvestre quando transmitida por picada de mosquitos presentes nas matas. Nessa situação, há grande transmissão entre mosquitos e animais, principalmente macacos, e pode ocorrer transmissão eventual para o homem por picada do mosquito silvestre, se ele estiver próximo à mata. Por outro lado, chamamos a Febre Amarela de Urbana quando a transmissão ocorre nas cidades. Nesse ambiente, o principal mosquito envolvido no ciclo de transmissão é o Aedes aegypti (o mesmo que transmite Dengue).
Situação atual de transmissão no Brasil O Ministério da Saúde atualizou as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação da febre amarela no país. No período de monitoramento (de 1º de julho/ 2017 a 6 de fevereiro de 2018), foram confirmados 353 casos de febre amarela no país, sendo que 98 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 1.286 casos de febre amarela suspeitos, sendo que 510 foram descartados e 423 permanecem em investigação, neste período. Em julho de 2016 até 6 fevereiro de 2017, eram 509 casos de febre amarela confirmados e 159 óbitos confirmados. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.
Campanha
A campanha de fracionamento da vacina contra a febre amarela começou no dia 25 de janeiro nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A campanha de vacinação no estado da Bahia começa no dia 19 de fevereiro. Para auxiliar os estados e municípios na realização da campanha, o Ministério da Saúde vai encaminhar aos estados R$ 54 milhões. Desse total, já foram repassados R$ 15,8 milhões para São Paulo; R$ 30 milhões para Rio de Janeiro, e está em trâmite a portaria que autorizará o repasse no valor de R$ 8,2 milhões para a Bahia. A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional. A dose fracionada tem apresentado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos em andamento já demonstraram proteção por pelo menos oito anos e novas pesquisas continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período.
Vacina
A vacina deve ser aplicada no mínimo 10 dias antes da viagem, sobretudo para quem se dirige a regiões silvestres, rurais ou de mata. É indicada a partir dos nove meses de idade, com a administração de dose de reforço aos quatro anos. Além disso, é indicado reforço a cada dez anos. A vacina é contraindicada para gestantes e para mulheres amamentando crianças até seis meses de idade. A aplicação deverá ser avaliada por médicos para pessoas com 60 anos ou mais e pacientes com imunodeficiência ou outras patologias.
O Ministério da Saúde orienta que, ao viajar para área de risco sem ter sido vacinado, deve-se evitar o acesso as áreas silvestres, ou usar roupas que protejam as áreas expostas do corpo – principalmente braços e pernas – e usar repelente.
Quais são os sintomas? Os principais sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, dores no corpo, cansaço, náuseas e vômitos. Os casos mais graves incluem icterícia e falência do fígado e rins. Esses casos se assemelham a leptospirose e hepatite fulminante, podendo evoluir para óbito.
A doença pode ser confirmada por sorologia (que detecta anticorpos do paciente) e por PCR (que detecta o próprio vírus).